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O Papel da Microbiota e do Uso de Probióticos no Tratamento da Asma Brônquica em Crianças

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A asma brônquica é a doença crônica mais comum das vias aéreas em crianças e é caracterizada por uma resposta imunológica anormal, o que leva à obstrução reversível das vias aéreas e hiperresponsividade (HRA). A doença pode ser desencadeada por fatores como mecanismos imunológicos, regulação neural e predisposição genética, todos contribuindo para a inflamação das vias aéreas e sua persistência ao longo do tempo.

A Hipótese da Higiene e a Microbiota Intestinal

A Hipótese da Higiene sugere que a exposição precoce a fatores ambientais pode aumentar ou diminuir a incidência de doenças alérgicas, como a asma. A Hipótese da Comunidade Microbiana vai além e sugere que alterações nas bactérias intestinais nos primeiros anos de vida, devido a fatores como antibióticos, infecções ou dieta, podem interromper os mecanismos microbianos que promovem a tolerância imunológica, favorecendo o desenvolvimento de doenças alérgicas, incluindo a asma.

Nos últimos anos, o uso de probióticos tem se mostrado eficaz em modificar a flora intestinal e melhorar a saúde respiratória de pacientes adultos com asma. No entanto, os efeitos clínicos do uso de probióticos em crianças com asma ainda são pouco conhecidos, sendo necessário mais estudo sobre as diferenças da microbiota intestinal em crianças asmáticas.

Estudo Sobre Probióticos em Crianças com Asma

Este estudo, que envolveu 66 crianças de 3 a 6 anos com asma brônquica e 35 crianças saudáveis, teve como objetivo investigar as diferenças na microbiota intestinal, indicadores de alergias e níveis de citocinas entre as crianças asmáticas e as saudáveis. O estudo também avaliou a eficácia do uso de probióticos no tratamento da asma em crianças.

O grupo com asma foi dividido em dois subgrupos: probiótico e não probiótico, sendo avaliados parâmetros como microbiota intestinal, níveis de anticorpos IgE, citocinas (IL-4, IL-5, IL-9, IL-13), proporção de células T auxiliares (Th1, Th2) e proteína C-reativa.

Resultados: Diferenças na Flora Intestinal e Benefícios dos Probióticos

As crianças com asma apresentaram uma diminuição significativa da diversidade e abundância bacteriana em comparação com o grupo saudável. Especificamente, o grupo com asma mostrou maior abundância de Bacteroides e menor abundância de Faecalibacterium e Veillonella. Por outro lado, o grupo probiótico mostrou uma melhora considerável nesses gêneros bacterianos após o tratamento.

Além disso, as crianças asmáticas apresentaram níveis elevados de IgE sérica, IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13, além de uma diminuição da razão Th1/Th2. Após o uso de probióticos, esses indicadores imunológicos melhoraram, com destaque para uma redução mais significativa nos níveis de IgE, IL-4 e IL-13 no grupo probiótico.

O Papel dos Probióticos na Asma Infantil

Diversos estudos apontam que probióticos como Lactobacillus reuteri, Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus rhamnosus têm efeitos benéficos para pacientes com asma. Eles ajudam a reduzir a resposta inflamatória das vias aéreas, melhoram a barreira intestinal e estimulam a atividade fagocítica dos macrófagos, contribuindo para um equilíbrio imunológico mais saudável.

Os probióticos, portanto, podem ser uma terapia adjuvante eficaz no tratamento da asma brônquica, melhorando a flora intestinal e ajudando a regular o sistema imunológico, principalmente em crianças.

📖 Leia a matéria completa AQUI.
📰 Fonte: Heliyon – Cell Press

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