A alopecia areata é uma condição inflamatória que causa queda de cabelo de forma imprevisível. Fatores como predisposição genética e respostas autoimunes estão associados ao seu desenvolvimento. A perda dos fios pode ocorrer em áreas pequenas ou, em casos mais raros, atingir todo o couro cabeludo (alopecia total) ou o corpo inteiro (alopecia universal). Embora não seja contagiosa, fatores emocionais, traumas físicos e infecções podem influenciar seu agravamento.
O Papel dos Probióticos na Alopecia Areata
Dada a natureza autoimune da alopecia areata, probióticos com propriedades imunomoduladoras vêm sendo estudados como alternativa para auxiliar no tratamento. Um estudo clínico recente avaliou a eficácia de uma mistura probiótica contendo Lactobacillus rhamnosus e Bifidobacterium longum em pacientes com alopecia areata.
Detalhes do Estudo Clínico
- Duração: 24 semanas
- Tipo de estudo: Ensaio clínico piloto, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo
- Local: Hospital Universitário Vinalopó (Espanha) e Centro Dermatológico Estético (Alicante, Espanha)
- Participantes: 26 pacientes com alopecia areata
- Variáveis analisadas: Evolução clínica da doença e alterações na microbiota intestinal e cutânea
Resultados do Tratamento com Probióticos
Os pacientes tratados com a fórmula probiótica apresentaram resultados significativamente melhores do que o grupo placebo:
- Redução do número de placas de alopecia: 56% (grupo probiótico) vs. 30% (grupo placebo)
- Diminuição da área afetada do couro cabeludo: 45% vs. 20%
- Melhora na atividade da doença: 55% vs. 50%
- Maior taxa de inatividade da doença: 67% vs. 40%
- Estimulação do crescimento capilar (rebrota): 55% vs. 30%
Embora nenhuma mudança tenha sido observada na microbiota intestinal, modificações na microbiota da pele foram identificadas nos pacientes que receberam probióticos, sugerindo uma possível influência desse tratamento na saúde do couro cabeludo.
Conclusão
Este é o primeiro ensaio clínico que analisa a eficácia de uma fórmula probiótica no tratamento da alopecia areata. Os resultados indicam que a suplementação com Lactobacillus rhamnosus e Bifidobacterium longum pode ser um adjuvante promissor para a evolução clínica da doença, ao mesmo tempo em que modifica a microbiota da pele. Mais estudos são necessários para aprofundar esses achados e validar sua aplicação clínica.
📖 Leia o artigo completo AQUI
📰 Fonte: MDPI