Pacientes com diabetes tipo 2 submetidos à hemodiálise enfrentam uma série de desafios clínicos. A disbiose intestinal, inflamação sistêmica e alterações metabólicas são condições comuns que impactam negativamente a qualidade de vida e aceleram a progressão da doença renal crônica. Nesse cenário, a suplementação com probióticos surge como uma estratégia promissora para restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal e auxiliar na gestão de sintomas e biomarcadores críticos.
Para investigar essa hipótese, a Gabbia Biotecnologia coordenou um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 69 pacientes diabéticos em hemodiálise. Durante 90 dias, os participantes receberam um blend probiótico com cepas específicas: Lactobacillus acidophilus CCT 7947, Streptococcus thermophilus CCT 8197 e Bifidobacterium longum CCT 1934, totalizando uma concentração de 6 x 10⁹ UFC/dia.
Os resultados foram expressivos: o grupo probiótico apresentou redução significativa na frequência e intensidade de sintomas gastrointestinais como indigestão, desconforto abdominal e constipação. Além disso, observou-se melhora em parâmetros laboratoriais como hemoglobina, ferro sérico, volume corpuscular médio (VCM) e TGP (transaminase glutâmico pirúvica), marcadores frequentemente comprometidos nessa população.
Importante destacar que o estudo não apontou efeitos adversos, reforçando a segurança da suplementação probiótica. Embora o índice de massa corporal (IMC) e a ingestão alimentar tenham permanecido estáveis, a modulação da microbiota intestinal pode representar um caminho terapêutico complementar e individualizado para pacientes renais crônicos.
Os achados consolidam o potencial dos probióticos como adjuvantes na gestão de complicações gastrointestinais e metabólicas em pacientes diabéticos submetidos à hemodiálise, apontando para um futuro onde a saúde intestinal poderá ser a base de intervenções clínicas mais eficazes e personalizadas.
