Pesquisadores identificaram que o trato urinário e a vagina compartilham cepas idênticas de Lactobacillus. Essa descoberta reforça a conexão entre as duas regiões do corpo feminino. A análise genômica de 49 cepas, coletadas de amostras pareadas, revelou que metade delas continha as mesmas linhagens bacterianas. Entre elas, estavam L. crispatus, L. iners, L. gasseri, L. jensenii e L. paragasseri.
Essas comunidades microbianas, dominadas por lactobacilos, aparecem com frequência em mulheres saudáveis e sem sintomas. Além disso, esses microrganismos atuam como barreiras naturais contra patógenos. Quando há uma redução de lactobacilos na flora vaginal, o risco de desenvolver vaginose bacteriana (VB) e infecções do trato urinário (ITUs) aumenta significativamente.
L. crispatus se associa de forma consistente à saúde urogenital. Por outro lado, L. iners aparece com mais frequência em casos de desequilíbrio microbiano. Já L. gasseri e L. jensenii demonstraram capacidade de inibir o crescimento de diversos patógenos urogenitais. Portanto, essas espécies têm potencial para uso como probióticos aplicados à saúde íntima.
Os cientistas também encontraram evidências de ancestralidade comum entre algumas cepas. Isso reforça a ideia de que essas comunidades não atuam isoladamente. Na prática, o desequilíbrio em uma região costuma afetar a outra. Assim, a conexão entre a microbiota vaginal e urinária ajuda a explicar a recorrência de certos quadros clínicos.
Com base nessas descobertas, pesquisadores passaram a considerar o uso de terapias com cepas probióticas específicas. Essa estratégia pode restaurar o equilíbrio microbiano, reduzir episódios de ITU e melhorar a saúde urogenital como um todo.
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📚 Fonte: Microbiology Society